Marco Antonio Guimarães, Artur Andrés Ribeiro, Paulo Sérgio Santos e Décio Ramos, o grupo Uakti, é outro símbolo da mineiridade contemporânea. Os caras chegaram como uma experiência estética, visual e sonora em 1978 e não pararam mais. O nome conjunto de música instrumental se origina de uma lenda dos índios Tukano.
Capitaneados pelo arranjador e compositor Marco Antonio Guimarães, mestre na arte de criar instrumentos de PVC, madeira, metais e vidros, os integrantes criaram uma identidade própria. Foram e continuam a ser destaque em trabalhos de outros artistas: Milton Nascimento, Paul Simon, Ney Matogrosso, Zélia Duncan, entre outros.
O grupo é marcado por um estilo composto de estruturas rítmicas complexas. A melodia e a harmonia são forjadas de forma a aproveitar as características de execução do instrumental. Técnicas composicionais contemporâneas se misturam ao som dos instrumentos, emprestando ao conjunto um caráter primitivo à música do grupo.
“Uakti”, DVD gravado no Palácio das Artes em setembro de 2006, registra o primeiro trabalho do gênero do conjunto. São momentos de puro experimentalismo e beleza. Tudo costurado pela idéia da roda, símbolo imagético pulsante, girando, unindo o passado e o presente do homem.
Como também nosso futuro. Vale a pena conferir o minimalismo de “Música para um Antigo Templo Grego” (Artur Andrés Ribeiro) e “Ovo da Serpente” (Marco Antonio Guimarães). Caso você esteja cansado ouvir versões pasteurizadas de “Trenzinho Caipira” (Heitor Villa Lobos) e “Arrumação” (Elomar Figueira de Melo), por exemplo, corra até a loja e veja que há vida inteligente pulsando dentro da música nacional.
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